Bullying. Uma palavra desconhecida até pouco tempo atrás, mas que já faz parte do vocabulário de bom numero de brasileiros desde que o assunto entrou na pauta dos meios de comunicação de massa. Hoje, o assunto ganha páginas generosas de jornais e revistas, espaços preciosos nas emissoras de rádio e tevê e é tema de calorosos debates acadêmicos. Mas o que é bullying? Como se portar diante dessa situação? Qual o papel da escola e dos educadores nesse cenário?
O certo é que o assunto precisa ser “descomplicado” para ser tornar mais fácil, mais próximo de todos, da comunidade escolar. Essa foi a tônica do seminário promovido pelo Curso G9, dia 26 de maio, aos alunos do Ensino Médio. A atividade, que teve como tema “O fenômeno Bullying”, reuniu profissionais das áreas do Direito, Psicologia e da Educação.
“O seminário foi um convite ao diálogo franco e aberto de um assunto tão importante como esse. Quem veio, com certeza, aprendeu muito, fortaleceu suas ideias e se preparou um pouco mais para o vestibular, pois pode ser tema de redação”, explicou a coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Márcia Gil de Souza.
Márcia Gil foi a mediadora do seminário, que teve como convidados a psicóloga Ana Cristina Rocha, a psicopedagoga Valéria de Faria, o professor de Literatura do G9 José Renato Silva e o advogado Romero Silva Dias.
Descomplicando
A psicóloga Ana Cristina foi a primeira a expor no seminário: ela definiu conceitos, explicou maneiras de como identificar e lidar com quem sofre e pratica o bullying. “O assunto é complexo, mas o diálogo é um dos meios para evitar sua prática e tratar o assunto. Se os pais oferecem essa troca, criam um clima de confiança para a criança em casa e fica mais fácil para ela expor problemas e para os pais perceberem algo de diferente”, explicou a psicóloga.
A psicopedagoga Valéria mostrou pesquisas e números sobre casos no mundo e em estados brasileiros. As estatísticas impressionaram por mostrar os grupos mais atingidos e como o bullying acontece de diversas formas, sendo muitas vezes “um ato contra o diferente”. Já o professor José Renato alertou para o cuidado com a banalização do bullying. “Temos que distinguir, nem tudo é bullying e pode ser tratado de outras maneiras”, disse.
Antes do início das perguntas dos alunos, o advogado Romero mostrou o lado jurídico do tema, explicando direitos, leis e diferenciando questões como assédio moral e bullying. Os alunos fizeram suas perguntas e estavam bem interessados.
O estudante do Curso Pré-vestibular, Otávio Almeida, disse que o tema estará no vestibular de alguma forma. “Aposto na redação. Foi por isso que vim - aprendi muito hoje. O caso Realengo despertou o interesse e temos mesmo que debater esse assunto”, contou. Estefânia Megale, também do cursinho, confessou que acabou o seminário despertou nela a reflexão: “foi uma tarde muito produtiva, percebemos que pequenos atos podem ter consequências graves”.
O debate sobre “O fenômeno Bullying” faz parte da programação do Curso G9, que passou a promover seminários mensais para discutir temas da atualidade. Esta foi a terceira edição do evento. Em 31 de março, aconteceu um encontro para discutir as matrizes energéticas, dando destaque para a energia nuclear, tema que está sendo muito debatido no mundo todo. Já em 29 de abril, o evento foi marcado pelo tema “Modelos Econômicos e Neoliberalismo – A Crise dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Inglaterra, Grécia e Espanha)”.